Se seu álbum anterior, Maria Bethânia 25 anos (1990), era festivo, com seus convidados tendo grande participação ao conceber cada faixa, este Olho d’água (92) era bastante pessoal, “uma festa diferente”, no entender de Bethânia, que o concebeu inteiramente do seu jeito.
Depois de uma breve passagem pela RCA Victor, que resultou nos álbuns Dezembros (86) e Maria (88), Bethânia voltava à PolyGram com este Memória da Pele.
Dois anos depois do festejado Dezembros, Bethânia atacou de Maria (1988) – disco que foi gerado a partir do espetáculo homônimo dirigido por Fauzi Arap que estreou no ano anterior.
Este álbum de Bethânia foi baseado no show A hora da estrela, que fora inspirado no famoso livro homônimo de Clarice Lispector.
Na contramão da tecladaria eletrônica que comandou o início dos anos 80 na MPB, eis que Maria Bethânia evoca suas origens interioranas e grava um disco “acústico” dez anos antes disso virar modismo em nossa música.